O algodão, que durante décadas foi símbolo de prosperidade no interior do Ceará, volta a ganhar força na economia do estado. Impulsionada por novos investimentos, avanços tecnológicos e programas de apoio à agricultura familiar, a produção da fibra branca se reafirma como importante fonte de renda para centenas de famílias, especialmente no Sertão Central.
Em Quixadá, município que liderava a produção estadual até a década de 1970, os campos voltaram a se colorir com o ciclo do algodão entre os meses de fevereiro e julho. Apenas na comunidade Lagoa da Pedra, a última safra resultou em 15 mil quilos colhidos, movimentando o comércio local e fortalecendo a economia rural. Para 2025, a expectativa é ainda maior, com cerca de 60 produtores mobilizados para ampliar suas áreas de cultivo.
A retomada do algodão conta com o suporte de diversas iniciativas. Programas estaduais, a Ematerce e a Secretaria Municipal de Agricultura têm viabilizado a preparação do solo, o fornecimento de sementes e a assistência técnica aos agricultores. Além disso, a adoção de defensivos biológicos e o manejo integrado de pragas garantem maior segurança e produtividade às lavouras, superando desafios históricos como o bicudo-do-algodoeiro.
Outro importante incentivo é o programa Ouro Branco, idealizado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA), que assegura o preço mínimo da saca de algodão antes da colheita. Essa estratégia oferece estabilidade de renda aos pequenos produtores, protegendo-os das oscilações do mercado.
Paralelamente, o Ceará já se organiza para expandir ainda mais sua produção. Até 2026, está prevista a implantação de grandes áreas cultivadas com algodão transgênico, utilizando tecnologias como colheita mecanizada e drones para monitoramento e aplicação de insumos. A meta é ambiciosa: alcançar 50 mil hectares cultivados até 2027.
Atualmente, cerca de 1.500 famílias no estado já são beneficiadas pela cultura do algodão, gerando mais de 3 mil empregos diretos — número que tende a crescer com a expansão planejada.
A retomada da produção de algodão representa não apenas o resgate de uma tradição histórica no Ceará, mas também a consolidação de um novo ciclo de desenvolvimento econômico, inovação no campo e fortalecimento da agricultura familiar.
Fonte: GCMais