Ceará avança no desenvolvimento econômico com destaque para a agropecuária

Ceará avança no desenvolvimento econômico com destaque para a agropecuária

O Ceará encerra 2024 com um desempenho econômico impressionante, liderado pela força do setor agropecuário. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado cresceu 6,67% em comparação ao mesmo período de 2023, quase o dobro da média nacional, de 4%. Entre os setores analisados, a agropecuária se destacou com um crescimento expressivo de 18,56%, consolidando-se como o motor principal do desenvolvimento econômico cearense.

A força do campo cearense

Diferentemente do cenário nacional, que enfrentou uma retração de 0,8% no setor agropecuário em razão da queda nos preços das commodities como soja e carne bovina, o Ceará segue um caminho singular. O estado prioriza a produção de itens que não dependem do mercado internacional de commodities, como camarão, coco-da-baía, castanha de caju, acerola e leite. Esses produtos têm se mostrado resilientes às oscilações globais e continuam a alavancar a economia local.

De acordo com Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), a diversificação e a aposta em nichos de mercado foram cruciais. “Nosso mercado é puro, focado em produtos como camarão, leite e frutas. Não fomos impactados pela queda no mercado internacional, e isso garantiu nosso crescimento”, explica.

Condições favoráveis e investimentos

Além da estratégia produtiva, o Ceará conta com condições climáticas favoráveis, como a recuperação dos reservatórios de água. Este é o terceiro ano consecutivo com bons níveis hídricos, o que possibilitou a expansão das lavouras irrigadas. Produtos como coco-da-baía (+14,3%), milho (+14%) e acerola (+15%) foram destaque no terceiro trimestre, refletindo o potencial agrícola do estado.

A criação de camarões em cativeiro (carcinicultura) também mostrou crescimento expressivo, com um aumento de mais de 20% no número de fazendas. O segmento se beneficia das boas perspectivas de exportação, especialmente com acordos comerciais entre o Mercosul e a União Europeia.

Indústria e serviços complementam o avanço

Embora a agropecuária lidere, o crescimento do Ceará não se limita ao campo. A indústria cearense registrou uma alta de 12,48% no terceiro trimestre, superando amplamente a média nacional de 3,6%. O setor de comércio e serviços também contribuiu positivamente, com avanço de 4,2%, acima da média nacional.

Esses números colocam o Ceará em posição de destaque no Nordeste. Enquanto a Bahia cresceu 3,6% e Pernambuco 4,9%, o Ceará lidera com 6,67%, confirmando sua força econômica regional.

Projeções otimistas para o futuro

Com um acumulado de 6,44% nos primeiros nove meses de 2024, o Ipece revisou para cima as projeções de crescimento do estado, estimando um avanço de 5,57% ao final do ano, mais do que o triplo da previsão inicial de 1,91%. Para os próximos dois anos, espera-se que a agropecuária continue em alta, com crescimento projetado entre 3% e 5% até 2026.

Produtos como a cera de carnaúba, com potencial de gerar mais de R$ 500 milhões em exportações, e a castanha de caju, cuja produção deve crescer 40% em 2024, reforçam as perspectivas positivas. A pecuária leiteira também se destaca como uma cadeia produtiva em expansão, com o Ceará liderando o crescimento no Nordeste nas últimas duas décadas.

O modelo cearense: referência para o Brasil

O sucesso do Ceará no setor agropecuário é um exemplo de como a diversificação, o planejamento estratégico e os investimentos em tecnologia podem superar desafios e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Enquanto o Brasil enfrenta oscilações no mercado global, o Ceará prova que é possível construir um modelo econômico resiliente, baseado na força do campo e na inovação.

Com um desempenho bem acima das médias nacional e regional, o estado consolida seu protagonismo econômico, promovendo riqueza e oportunidades para sua população. A combinação entre a agropecuária pujante e a expansão industrial posiciona o Ceará como referência no desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

Com informações do Diário do Nordeste e do Pensar Agro.